Marcas de sucesso têm um forte senso de identidade, que reflete as esperanças e aspirações de seus clientes. Mas encontrar sua voz, especialmente durante uma apresentação, pode ser difícil. Identificar o arquétipo de sua marca nesta lista irá economizar tempo e dinheiro e conectá-lo instantaneamente ao seu público.
Por que tantos filmes parecem ter exatamente os mesmos personagens neles? O herói de ação robusto com um passado torturado. O romântico peculiar que não consegue fazer nada certo. O policial sábio afogando suas mágoas em bebidas alcóolicas.
Esses personagens parecem surgir o tempo todo em livros e filmes, e estão presentes também nas maneiras como categorizamos pessoas reais. O psicólogo Carl Jung acreditava que alguns personagens da história nos são imediatamente familiares porque são primitivos e instintivos, parte de um “inconsciente coletivo” que todos compartilhamos.
Esses personagens são chamados de arquétipos junguianos.
Explore a lista abaixo para encontrar um estilo que tem a ver com você. Se você conseguir descobrir em quais arquétipos seu negócio se encaixa melhor, estará no caminho para criar uma apresentação inspiradora.
Então, conheça os 12 principais arquétipos:
1. O Inocente
Também conhecido como O Sonhador ou O Romântico
O desejo central do inocente é ser livre e feliz, e seu maior medo é fazer algo errado e ser punido por isso. Vamos lembrar de Wall-E ou Audrey Hepburn em cada um de seus filmes. Na melhor das hipóteses, eles são otimistas, honestos e entusiastas – no pior, são irritantes e um pouco infantis.
O cliente inocente prefere propaganda direta e sem truques, e é naturalmente atraído por marcas otimistas. Apresentações agressivas ou que induzem à culpa provavelmente não são boas escolhas.
Marcas inocentes prometem simplicidade. Empresas com foco no inocente se autoproclamam como puras, simples e confiáveis. A imagem que eles usam costuma ser natural e descomplicada. A pior coisa que pode acontecer a uma empresa inocente é corrupção ou engano descobertos.
2. O Herói
Também conhecido como o Super-herói ou o Guerreiro.
O principal motivador do herói é provar seu valor, e seus maiores medos são a fraqueza e o fracasso. Aqui bons exemplos são Erin Brokovich ou Michael Jordan. Na melhor das hipóteses, eles são corajosos, determinados e hábeis. No entanto, podem ser também arrogantes, agressivos e implacáveis.
Os clientes heróis valorizam a qualidade e a eficiência de seus produtos. Eles gostam de pensar que as escolhas do consumidor os colocarão à frente de todos os outros e que não serão influenciados por anúncios bonitos ou engraçados.
Marcas heróis prometem triunfo. Empresas heróicas se auto-promovem como de boa qualidade e superiores à concorrência. A pior coisa que pode acontecer a um negócio heroico é um concorrente receber uma classificação mais alta ou comprovar que tem um valor melhor.
3. O cara normal
Também conhecido como Homem comum ou Cara legal.
O cara (ou garota) normal só quer pertencer e se sentir parte de algo, e seu maior medo é ser deixado de fora ou se destacar na multidão. Assim como Homer Simpson. Na melhor das hipóteses, eles são amigáveis, empáticos e confiáveis. Mas também podem ser fracos, superficiais e sugestionáveis.
O homem comum valoriza a qualidade e confiabilidade em suas marcas. Eles preferem o familiar ao estranho e investirão emocionalmente em marcas em que confiam.
Marcas comuns prometem pertencer a um grupo. As empresas comuns têm orgulho de sua ética prática. Sua imagem é honesta e confiável. A pior coisa que poderia acontecer a um empresário normal seria eles parecerem gananciosos ou elitistas.
4. O Nutridor
Também conhecido como o Santo, o Pai.
O nutridor é movido pela necessidade de proteger e cuidar dos outros, e seu pior medo é o egoísmo e a ingratidão por seus sacrifícios. Lembre-se de Ghandi. No lado positivo, eles são compassivos, generosos e fortes; no lado negativo, eles são masoquistas, manipuladores e co-dependentes.
Os clientes nutridores querem ser reconhecidos por seus esforços, sem serem tratados com condescendência. Anúncios agressivos são um grande desestímulo, ao passo que anúncios com orientação emocional costumam funcionar.
Marcas nutridoras prometem reconhecimento. As empresas nutridoras oferecem proteção, segurança e suporte aos seus clientes. A pior coisa que pode acontecer a uma empresa desse tipo é que seus produtos se mostrem prejudiciais ou exploradores.
5. O Criador
Também conhecido como o artista.
O criador é movido pelo desejo de produzir obras excepcionais e duradouras, e eles têm mais medo da mediocridade. Pense em Frida Kahlo ou Doc Brown em De Volta para o Futuro. Como pontos positivos, eles são imaginativos, expressivos e inovadores. No entanto, também são auto-indulgentes, melodramáticos e narcisistas.
Os clientes criadores evitam a publicidade em geral, mas podem gostar de anúncios experimentais, que desafiam os limites. Tipos de criadores são uma categoria difícil de apelar, mas marcas de criadores de sucesso geralmente desenvolvem uma base de fãs devotos.
As marcas criadoras prometem autenticidade. Elas costumam se posicionar como a chave para liberar a criatividade de um criador. A pior coisa que uma marca de criador pode ser considerada é inautêntica ou ‘vendida’.
6. O Explorador
Também conhecido como o viajante.
O explorador anseia por aventura e quer descobrir o mundo por si mesmo. Eles temem conformidade e o vazio interior. Pense em Indiana Jones ou Amelia Earhart. Em um dia bom, eles são independentes, ambiciosos e espirituais; em um dia ruim, eles são inquietos, sem objetivo e esquisitos.
Os clientes exploradores adotam marcas que promovem a liberdade e a autodescoberta, especialmente aquelas que convidam o cliente a embarcar em uma jornada com eles. É improvável que eles sejam influenciados por anúncios com foco doméstico.
Sendo assim, as marcas exploradoras prometem liberdade. Elas se promovem como um meio de ajudar outras pessoas a experimentar o novo e o desconhecido. O pior resultado para uma marca explorer seria parecer muito rígida ou corporativa.
7. O rebelde
Também conhecido como o Fora-da-Lei.< /p>
O rebelde anseia por revolução ou vingança, e seu maior medo é a impotência. Pense em Lisbeth Salander em Garota com uma tatuagem de dragão ou James Dean. Na melhor das hipóteses, eles são de espírito livre, corajosos e adaptáveis. Só é preciso ter cuidado, pois também podem ser destrutivos, descontrolados e niilistas.
Os clientes rebeldes apreciam o não convencional e rejeitam energicamente o status quo. É provável que valorizem um conteúdo único ou chocante, sem nenhuma “venda” óbvia.
Marcas rebeldes prometem revolução. Se posicionam como alternativa ao mainstream e se esforçam para se destacar. As marcas rebeldes de sucesso provavelmente terão seguidores como se fossem um culto. A pior coisa que poderia acontecer a uma marca rebelde seria ser comprada ou se tornar muito popular.
8. O Amante
Ou o sonhador, o idealista.
O amante vive para sentir prazer em seus relacionamentos, trabalho e ambiente, e tem medo de ser indesejado e não amado. Pense em Marilyn Monroe ou Kim Kardashian. No melhor dos casos, são apaixonados, magnéticos e comprometidos. Nos pontos negativos, se esforçam demais para agradar as pessoas, são obsessivos e superficiais.
Os clientes amantes valorizam a aparência estética de produtos e serviços. Eles provavelmente serão atraídos por marcas premium que os farão parecer mais atraentes para os outros.
Marcas de amantes prometem paixão. Se promovem como glamorosas, com ênfase no prazer sensual. Os anúncios geralmente se concentram na sensação do produto pelo cliente. Marcas de amantes não podem ser consideradas baratas ou comerciais, ou seu ar cultivado de mística será arruinado.
9. O mágico
Também conhecido como o xamã, o visionário.
O mago quer entender o universo e seu lugar nele, mas teme consequências negativas não intencionais de sua exploração. Aqui vamos pensar em Steve Jobs. Num dia bom são motivados e carismáticos com capacidade de cura. Por outro lado, são manipuladores, desonestos e desligados da realidade.
Os clientes mágicos precisam sentir que podem se tornar mais sábios ou influenciar as pessoas usando seus produtos. Os anúncios devem ser tão criativos e inspiradores quanto possível.
Marcas mágicas prometem conhecimento. Elas se promovem como a porta de entrada para o conhecimento e a experiência transformadores. Neste caso, a apresentação se concentra no indivíduo, e não no grupo, e bajulam o cliente, dizendo-lhe para confiar em seus próprios instintos (e fazer a compra). As piores coisas que uma marca de mágico pode ser considerada são muito estruturadas, regulamentadas ou vazias.
10. O governante
Também conhecido como o rei, o líder.
O governante é movido por seu desejo de poder e controle, e eles têm mais medo do caos e de serem derrubados. Pense em Margaret Thatcher ou Jay-Z. Um bom governante é confiante, responsável e justo, enquanto um mau governante é rígido, controlador e autoritário.
Os clientes governantes são naturalmente dominantes e não apreciarão a propaganda paternalista ou “emburrecida”. Eles valorizarão os anúncios que reforçam seus sentimentos de poder e estabilidade.
Marcas governantes prometem poder. Falam com autoridade, muitas vezes espalhando a ideia de que são líderes em seu campo. Sua imagem é sólida, polida e frequentemente muito “masculina”. Uma marca governante sofreria muito por ser considerada fraca ou por ter que conceder a derrota a uma empresa rival publicamente.
11. O Bobo da corte
Também conhecido como o tolo, o comediante.
O Bobo da Corte quer viver o momento e aproveitar a vida, e teme o tédio acima de tudo. Bons exemplos são Dori, em Procurando Nemo, ou Jim Carrey. Na melhor das hipóteses, são alegres, despreocupados e originais. Podendo ser também irresponsáveis, cruéis e frívolos.
Os clientes comediantes consideram os anúncios e apresentações regulares tediosas, mas vão adorar qualquer coisa incomum ou divertida – especialmente discursos que fazem pouco caso da seriedade da vida.
As marcas comediantes prometem entretenimento.
Elas dão a impressão de que vivem no momento, usam imagens ultrajantes e costumam provocar seus clientes com carinho. Marcas voltadas para os jovens – que vão apreciar as bobagens – costumam ter jargões. A pior coisa que uma marca de bobo da corte poderia fazer é se envolver em um processo judicial amargo ou ser vista como sendo severa com seus clientes.
12. O Sábio
Também conhecido como o Professor.
O sábio busca a verdade e deseja encontrar sabedoria em todas as situações. Seus maiores medos são serem enganados e ignorantes. Pense em Yoda ou David Bowie. Podemos dizer que eles são sábios, articulados e de mente aberta; mas são também pedantes, egocêntricos e frios.
Os clientes sábios acreditam que o conhecimento vem do crescimento e procuram constantemente novas fontes de informação. Eles preferem anúncios que os desafiem a pensar de uma nova maneira.
As marcas sábias prometem sabedoria.
Elas levam ao público aprendizados e, portanto, costumam fazer uso de vocabulário de alto nível e imagens simbólicas. Eles confiam em seus clientes para captar ideias difíceis e entender piadas intelectuais, e devem evitar tornar-se estúpidos ou paternalistas demais.
Agora você pode estar pensando ‘meu negócio é uma combinação de muitos destes!’ E não tem problema. Meu objetivo com esse artigo é dar a você algumas dicas sobre por que algumas empresas se projetam da maneira que se projetam. E também te inspirar a se envolver de novas maneiras com seu público.
Se você puder identificar os arquétipos que está tentando alcançar e maximizar as mesmas características em sua próxima apresentação, estará muito à frente de seus concorrentes.
Abraços, Nelise Cardoso – Salamarela.
Nelise Cardoso é fundadora da Salamarela, especialista em comunicação e professora dos cursos de apresentações: I love PPT, PPTop, PPTeach e Eco. Acredita que se compartilharmos os nossos conhecimentos podemos gerar grandes resultados.